quinta-feira, 29 de março de 2007

Andamento das negociações

A reitoria de início se negou a negociar com o movimento de ocupação acreditando que poderiam jogar com nosso enfraquecimento e cansaço (cortaram as luzes do prédio e o acesso a internet). Mas, diante do crescimento do movimento (que agora conta com cerca de 400 estudantes) e da repercussão na grande mídia a reitoria se viu obrigada a sentar e abrir as negociações com o movimento.

Nas negociações a reitoria cedeu em alguns pontos referentes à moradia como na garantia de locação de casas para os moradores do bloco condenado, assim como realizar a reforma do bloco B e uma vistoria em toda a moradia (que pode estar igualmente condenada). O movimento em assembléia avaliou que esse posicionamento da reitoria não representa avanço significativo já que se referem estritamente as obrigações da administração diante da ameaça de desabamento do bloco B. Quando tocamos em pontos mais essenciais referentes a administração da moradia, como o pedido de saída da atual administradora Kátia Stancato e a retomada do projeto inicial da moradia de 1500 vagas (hoje temos 900) a reitora se fechou de forma intransigente.

E mesmo as posições da reitoria referentes aos moradores do bloco B e à reforma da moradia não foram assumidas formalmente pois a reitoria diz só se comprometer caso saiamos do prédio ocupado. Ora, isso é não assumir compromisso algum. O movimento não tem porque confiar em palavras ditas a 4 paredes. A negociação só terá validade caso se assumam compromissos publicos e por escrito.

A reitoria lavou as mãos na questão da homologação dos representantes discentes eleitos no processo organizado pelos estudantes. Afirmou que essa pauta não eh de sua responsabilidade e sim do CONSU (Conselho Universitário). Exigimos da reitoria um compromisso por escrito de que essa pauta (da homologação dos representantes discentes e consequentemente do processo de eleição organizado pelos estudantes) seria novamente incluída na reunião do CONSU assim como exigimos posição favorável do reitor referente ao tema. Novamente se fecharam a essa proposta de forma intransigente.

Continuamos exigindo um posicionamento público contrário aos decretos do governo Serra por parte do reitor Tadeu Jorge. Há uma relação direta entre a falta de assistencia estudantil (manutencao da moradia, por exemplo) e os decretos de Serra que representam o apice de uma política de sucateamento e privatização velada da univesidade pública. Sobre este ponto também não obtemos respostas.

A reitoria não se mostra mais aberta para continuar as negociações. Nós, estudantes organizados que ocupam a reitoria da Unicamp, mantemos assim nossa atividade reivindicatória e permanecemos no prédio da reitoria e do Conselho Universitário.